roleta online para colocar nomes -Um dos principais partidos do campo progressista e de esquerda no Brasil, o PSOL em Curitiba está de

Presidente do PSOL roleta online para colocar nomes -em Curitiba critica aliança com Ducci

Um dos principais roleta online para colocar nomes -partidos do campo progressista e de esquerda no Brasil, o PSOL em Curitiba está de presidente novo no diretório municipal. Trata-se de Gabriel Feltrin, 29 anos, educador popular e membro da organização há 11 anos. Feltrin participa da corrente Movimento de Esquerda Socialista (MES), que, ao lado de outras correntes mais à esquerda no partido, conseguiram espaços majoritários na direção psolista na cidade.

Continua após publicidade

Em entrevista ao Brasil de Fato Paraná, Feltrin analisou a organização partidária em Curitiba e as alianças que seu partido pretende fazer para as eleições de 2024. O dirigente descartou qualquer possibilidade de aliança com o ex-prefeito Luciano Ducci, do PSB, que pretende ser candidato de uma frente ampla com apoio do governo Lula, e ponderou a respeito da unidade do PSOL ao lado do PT quando o assunto é apoio ao atual governo federal.

:: Ação violenta do MBL na Universidade Federal do Paraná faz parte de tática pré-eleitoral, analisa pesquisador  ::

Confira a entrevista:

Brasil de Fato - Como foi esse processo congressual em Curitiba de escolha da nova direção do PSOL, nesse período pré-eleitoral, qual o balanço?

Gabriel Feltrin -Acho que a gente teve um processo congressual aqui em Curitiba que demonstrou e expressou os setores internos que se colocaram para construir um partido para fora no último período. Foram ponta de lança na jornada de luta contra o Bolsonaro, pelo impeachment, e demonstrou também um limite de uma direção que, até então, aparentemente estava cansada, não tinha mais política para cidade, não tinha mais uma inserção nos movimentos. O PSOL precisou dessa renovação.

Acho que o setor da esquerda partidária, os setores que se reivindicam revolucionários, pela primeira vez ter maioria na direção PSOL de Curitiba expressa também uma disposição de luta que existia na vanguarda. Mas também expressa uma certa vanguarda na cidade, que é um tanto quanto dispersa, que tem poucas referências nos partidos, mas que durante o último período buscou encontrar ferramentas de lutas nos movimentos sociais, seja no PSOL, seja nos coletivos universitários, nos bairros...uma organização [forçada] pela pressão do bolsonarismo, mas também pela insuficiência da direção petista a nível nacional, e também local. Acho que essa renovação chegou no PSOL também, e essa direção nova que se formou no partido expressa isso também.

Você cita os setores revolucionários do PSOL, como foi o processo de disputa interna na organização? O PSOL sai mais fortalecido?

Acho que o PSOL passa por uma disputa nacional muito grande, sobre qual rumo vai tomar a partir de agora. O governo Lula 3 traz essa contradição para o PSOL. Nos primeiros governos do PT, não tinha dúvida que o PSOL era um partido de oposição de esquerda, tinha espaço para isso. No início deste ano, a primeira votação que teve no diretório nacional do PSOL foi sobre a relação que se teria com o governo. O setor que defendia uma composição com o governo Lula foi derrotado. A posição vitoriosa foi de independência política — claro, com uma ressalva para a Sônia Guajajara (Ministra dos Povos Indígenas), que foi indicação da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), e não uma indicação do PSOL. Mas essa posição de independência é fundamental na nossa opinião, porque nós sabemos que o projeto do governo PT e a frente ampla que foi conformada é um projeto que não é o mesmo do PSOL. O PSOL não foi criado para ser um gerente do estado burguês.

Porém isso ainda segue em discussão, porque tem setores que defendem que o PSOL tenha uma independência frente ao governo, mas que possa compor aqui, compor ali, buscar estar próximo, ser base aliada dos governos do PT, independente da correlação de forças que tem em cada localidade.

Aqui em Curitiba, nós fomos parte do setor que defendeu que o PSOL se apresentasse e se postulasse, justamente por conta de um problema histórico que o PSOL tem no Paraná. O PSOL no Paraná é muito marginal, se a gente olhar para o lado, olhar para São Paulo, Florianópolis, para Porto Alegre, o PSOL conseguiu romper uma certa marginalidade política e ocupar espaços no parlamento, isso é fundamental para que nossas ideias possam chegar mais longe.

Em Curitiba, por ''n'' motivos, por descontinuidades, por traumas históricos do partido, saídas de militantes, uma falta de estratégia de médio a longo prazo, fez com que o PSOL caísse em uma lógica de uma eterna marginalidade política, coisa que queremos romper agora. Acho que é natural a gente sair de um congresso muito agitado, muito acalorado, com concordâncias grandes. Mas nosso desafio agora é unificar a direção, construir relações com outras forças e dialogar, para que a esquerda tenha voz em Curitiba.

Um programa de esquerda para Curitiba sempre foi muito castrado, muito por uma esquerda que teme dizer seu nome. Em nome da miséria da possibilidade de uma eleição, recua seu programa. A gente acha que esse momento não é hora de recuar, e vamos tentar unificar o partido para isso. 

Nesta última semana, diversos dirigentes políticos se reuniram para debater propostas para unificar a oposição em torno de uma candidatura contra o grupo político do atual prefeito Rafael Greca (PSD). Muito se tem falado de uma frente ampla em torno do nome do ex-prefeito Luciano Ducci, por exemplo. Qual proposta o PSOL deverá levar para o conjunto dessas forças? Uma frente ampla, uma frente de esquerda?

Primeiro, dizer que o PSOL ainda não tem posição, nós queremos acelerar esse debate para o próximo período. Segundo, o ex-prefeito Ducci, posso dizer com quase toda certeza que é um nome refutado no PSOL, é quase impossível ter unidade em torno dele. Terceiro, participamos dessa reunião para ouvir e estamos abertos ao diálogo. Estive presente mais para escutar o que os atores políticos tinham a dizer, ao mesmo tempo que temos uma grande carência de debate programático.

Nós, do MES, que hoje somos um setor expressivo na direção do partido, vimos elaborando no início do ano uma ideia de prévias, para a esquerda debater política de fato, os problemas da cidade e o enfrentamento dos privilégios. Mas infelizmente essa proposta não teve a aderência que gostaríamos.

Então, como a partir de agora vamos conseguir ter um movimento de formulação de um programa de esquerda, é óbvio que esse debate não pode partir só de um nome, mas de um debate efetivo de propostas. E obviamente essa proposta de um programa de esquerda não pode ser encarnada por uma pessoa que não tem identidade com esse programa.

Com todo o respeito que temos pela figura do Ducci, ele hoje tem uma relação histórica muito maior com setores da centro-direita do que com os da esquerda, então não acreditamos que ele poderá ser uma representação para gente.

Agora, o PSOL terá um programa para apresentar juntamente com a federação (PSOL/Rede), que deverá denunciar a lógica das ocupações — que é um tema criminalizado pela prefeitura do Greca —, a questão da máfia do lixo — que dialoga inclusive com a situação das ocupações — e a situação do transporte coletivo — estamos na capital com a tarifa mais cara do país e os debates entorno do tarifa zero são marginalizados. Sem contar a questão da carreira dos funcionários públicos municipais. Enfim, uma série de pautas que acho que são fundamentais de colocar em um programa que chamamos de “esquerda para cidade”. Chamar de 'frente de esquerda', para nós, é algo menor.

Em outros tempos já foi PSOL, PSTU e PCB, hoje queremos ter um programa que inclusive unifique partidos sociais democratas, sociais liberais, reformistas, que é o caso, na nossa opinião, do PT. Então nós queremos dialogar e, se tiver vontade e disposição, queremos escrever um programa e encontrar uma figura que possa encarnar essa ideia da vanguarda da cidade que vem se mobilizando. Postular um programa em que a esquerda não venha se rebaixando para as eleições do ano que vem. 

O PSOL abriria mão de ter um candidato ou você acredita que poderia apresentar um nome para as eleições do ano que vem?

É um debate que está em aberto. Talvez, pela primeira vez, a gente possa abrir mão, mas não é um debate fechado. A nossa posição enquanto setor majoritário do PSOL é de que o que vai primar é o acúmulo programático.

Mas o PSOL tem nomes também, se precisar nós vamos apresentar. Nós temos o companheiro Bruno Meirinho, a professora Andrea Caldas, temos o próprio nome da professora Ângela.

O que posso te dizer com toda certeza é que a nossa prioridade vai ser eleger uma primeira ou um primeiro parlamentar psolista na cidade. Curitiba pede um um mandato do PSOL, temos engatinhado nisso e as regras eleitorais estão propícias para a gente. Diferente de 2020, a chapa completa não é mais o dobro das cadeiras expostas, é a totalidade mais um, o que vai ajudar a esquerda, já que se enxuga, teremos muito menos candidatos no geral e o voto tende a ser mais ideológico. A subida também dos nomes do PT, como Renato Freitas e Ana Júlia [ex-vereadores que foram eleitos deputados estaduais], talvez a professora Josete não saia… Só isso aí dá metade de uma votação inteira do PT. 

Vai existir uma carência de nomes fortes, ou puxadores de votos...

Exato. Acho que o PSOL consegue ocupar esse espaço. E a condição de estarmos em uma federação também. Em 2020 o PSOL passou longe de ter uma chapa completa, chegou a 19 candidatos. Agora tendo a possibilidade máxima de 39 candidatos, acho que o PSOL tem chance.

E a que se deve o fato do PSOL ainda não ter uma grande representatividade eleitoral no Paraná? Teve um mandato coletivo eleito em Ponta Grossa, mas parece que membros do coletivo estão indo para o PT, como o Guilherme Mazer.

A questão central é uma crise de direção. O PSOL no Paraná se internalizou muito e teve muitas disputas de correntes com elementos para além da política. Sem contar as dificuldades locais, com uma direita muito forte, onde o PT é mais centrista que outros lugares.

Eu vim do Rio Grande do Sul, lá o PT disputava no início do PSOL quem era mais de esquerda, queria ter uma estética mais de esquerda. Aqui [Paraná], acho que o PT sempre foi mais à direita, e o debate de miséria da possibilidade sempre foi uma crônica imposta.

O PSOL sofreu com isso e não teve uma direção até então capaz de postular, a médio e longo prazos, nomes e quadros que seguissem. Muitos militantes que ficaram até 2019, por exemplo, eram militantes que permaneciam pela insistência.

Então hoje a militância do PSOL em Curitiba e no Paraná está mais renovada. E acho que a gente conseguiu, já em 2020, com uma direção mais sólida a nível estadual, ter uma estratégia e uma estrutura que possibilitou a eleição dos dois primeiros mandatos no Paraná. Um em Quedas do Iguaçu, de um companheiro assentado, e outro do mandato coletivo em Ponta Grossa, mas com muitas crises de projeto. Você pega companheiros do mandato de Ponta Grossa: tinham uma visão de que o PSOL tem que estar mais próximo do PT, ser mais base do PT. Essa perspectiva, levada de maneira mais radical, levou o Guilherme Mazer ao PT. E por uma visão dele, de não estar mais de acordo com o PSOL de caráter independente.

E veja que nosso setor interno do PSOL afirma a necessidade do PSOL ser um partido independente, isso não quer dizer que a gente não possa ter unidades. Agora nossa defesa de unidades eleitorais não pode se dar com uma diminuição do nosso programa. Essa é um pouco de uma defesa de uma diluição acrítica, que existe por parte do setor que hoje é majoritário nacionalmente: “nós precisamos estar junto com o PT porque o fascismo está chegando”, e bom, a esquerda nunca vai brigando pelo seu programa, vai sempre se rebaixando.

Hoje temos um grande exemplo de divergência interna, que foi a votação da reforma tributária. Uma reforma apresentada pela Febraban, pela Fiesp, votada com o partido Novo, e que a parte majoritária do PSOL votou a favor, assim como a bancada do PT. É uma sinalização ruim, de que o PSOL está se propondo a ser mais do mesmo, a gerir o estado burguês e, se possível, ter compensações aqui e ali. O PSOL não nasceu com essa vocação, mas com uma vocação de lutar por reformas estruturais que mudem a consciência e relação do povo para com os governos.

Você afirmou que o PT em Curitiba, ou no Paraná, está mais à direita, e que visa um PSOL mais independente. De que maneira você pretende que o PSOL se relacione com o PT na cidade?

Eu acho que o PT tem muitos méritos em Curitiba e muitas deficiências. O fato de hoje o peso da esquerda no Paraná ser o que é também está na conta do PT.

Estamos falando de um estado onde nasceu o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que tem ocupações e que tem muita luta ocorrendo. Mas eu creio que a direção política da esquerda na cidade tem vacilado em muitos momentos, seja na construção diária dos movimentos — como estudantil, de mulheres, popular —, e relegado muito isso a um momento eleitoral.

Acho que, inclusive, nas eleições municipais passadas, os parlamentares eleitos no PT se deram por fora dessa direção. A própria eleição do Renato Freitas e da Carol Dartora são elementos de um ativismo político que questiona as direções partidárias progressivamente.

Agora, a relação que a gente quer ter é uma relação diplomática, que a gente possa apresentar o que a gente está pensando, trocar caracterizações e, se possível, ter unidade. Nem PT é autossuficiente, nem o PSOL é autossuficiente para tocar as lutas que a gente precisa. E, infelizmente, em muitas lutas já não estamos podendo contar com o PT. Em muitas lutas tem outros partidos que estão conosco, como o caso do PCB, a Unidade Popular, e setores de movimentos sociais que têm tocado as lutas na cidade.

Queremos ter uma relação diplomática, observando nossas diferenças, nossas opiniões distintas, mas sempre que possível trabalhar em unidade para que nós tenhamos mais força para vencer nossos inimigos.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lia Bianchini


Relacionadas

  • Ação violenta do MBL na Universidade Federal do Paraná faz parte de tática pré-eleitoral, analisa pesquisador

  • Vanhoni elogia candidatura de Ducci e não descarta Dartora e Freitas como nomes do PT para prefeitura em 2024

  • Tratada como &39;pauta utópica&39;, tarifa-zero é realidade em dez municípios do Paraná

Outras notícias

  • Boulos e Ricardo Nunes aparecem empatados em pesquisa Datafolha para Prefeitura de São Paulo

  • Campanhas políticas serão mais curtas e baratas; entenda as mudanças

BdF
  • Quem Somos

  • Parceiros

  • Publicidade

  • Contato

  • Newsletters

  • Política de Privacidade

Redes sociais:


Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Visitantes, por favor deixem um comentário::

© 2024.cc777sitemap