A CPI dos Actos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) ouviu ontem (14) o hacker Walter Delgatti Neto. O depoente testemunhou por videoconferência,çãbigwin - slot casino online downloadable content - pois está preso, em Araraquara (SP), por ter sido condenado por invadir celulares de membros da Operação Lava Jato. Ele disse que se manteria em silêncio, mas respondeu perguntas e afirmou ter informações sobre parte da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro.
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Apesar de o depoente ter dito que se manteria em silêncio, o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), fez uma série de questionamentos sobre o envolvimento do presidente Jair Bolsonaro no planejamento de crimes. Ao perguntar sobre o suposto pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da deputada Carla Zambelli (PL/SP) para que o hacker invadisse as urnas eletrónicas, o depoente confirmou e acrescentou informações.
“Eles solicitaram e, inclusive, tenho informações de que o tenente-coronel Cid falará sobre isso na delação premiada, pois ele participou da conversa”, afirmou Walter Delgatti. “Eles queriam que eu criasse um código e que o povo visse um voto sendo inserido e outro sendo impresso”, narrou o depoente, referindo-se a um suposto plano para ser executado numa manifestação no dia 7 de setembro de 2022.
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No início da reunião, ele disse que “descobriu” um dos maiores escândalos de corrupção do judiciário e que foi tratado como “leproso”. Disse ainda que foi coagido a cometer crimes pela deputada Carla Zambelli (PL/SP) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e questionou: “Pergunto aos senhores, quem está preso?”. Depois, disse que se manteria em silêncio para não criar provas contra si mesmo.
O autor do requerimento para o depoimento de Walter Delgatti, o deputado Gabriel Magno, (PT), questionou o depoente sobre tentativas de contacto e ameaças feitas por bolsonaristas. Segundo o Hacker, Carla Zambelli continuou a tentar contactá-lo até à sua prisão em 28 de junho e o seu advogado, Ariovaldo Moreira, estaria a receber ameaças. “Após a CPMI [Comissão Parlamentar Mista de Inquérito], o advogado recebeu inúmeras ameaças”, contou.
“Esses crimes foram cometidos, e também ameaças e também crimes que o senhor relatou, da tentativa de grampear um ministro do Supremo Tribunal Federal, promessa de indulto. Era uma quadrilha, que estava à frente da República Brasileira”, observou Magno. O deputado ainda salientou que é fundamental que o povo brasileiro saiba o que aconteceu na tentativa de golpe de Estado.
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Áudio de Zambelli
O hacker Walter Delgatti afirmou que tem uma conversa com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na qual a parlamentar confessa que foi ela a responsável pelo texto falso inserido no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Existe uma conversa minha com a Carla, que ainda não foi divulgada pelos meios de comunicação, na qual ela confessa que realmente foi ela”, afirmou.
O relator da CPI, deputado distrital Hermeto (MDB), questionou se a conversa poderia ser entregue à CPI, e o hacker informou que conversaria com o advogado e responderia depois.
Pós-eleições
O deputado Fábio Félix (PSOL) questionou Walter Delgatti sobre conversas que teria tido com interlocutores de Bolsonaro após as eleições. O depoente confirmou que falou com dois membros do Exército, o coronel Marcelo Jesus e o general Freire Gomes. “O Marcelo Jesus encaminha as mensagens do Freire Gomes”, contou o depoente, acrescentando que eles teriam pedido que ele confirmasse dados de um relatório, com os divulgados pelo TSE.
“Pelo que foi dito aqui e é claro que precisa ser confirmado, existia um gabinete de intervenção e questionamento do TSE dentro do Ministério da Defesa, que recebeu um agente externo”, analisou Félix. O deputado ainda salientou que o depoimento do Hacker, em que parte já foi confirmada pela polícia, aponta que foi utilizada a estrutura do Estado para atacar as urnas e que isso precisa ser investigado.
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Calendário das próximas reuniões
21/09/2023 - Coronel Paulo José Ferreira Souza Bezerra (requerimentos dos deputados Pastor Daniel de Castro e Fábio Félix)
28/09/2023 - Ana Priscila Azevedo (requerimento da deputada Paula Belmonte)
05/10/2023 - Major Cláudio Mendes dos Santos (requerimento do deputado Fábio Félix)
09/10/2023 - Major José Eduardo Natale de Paula Pereira (requerimento dos deputados Pastor Daniel de Castro e Chico Vigilante).
19/10/2023 - Saulo Moura da Cunha (requerimento dos deputados Hermeto e Pastor Daniel de Castro)
26/10/2023 - Coronel Reginaldo Leitão (requerimento do deputado Pastor Daniel de Castro)
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Edição: Márcia Silva
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